Mulheres e as múltiplas jornadas de trabalho

“Trabalho 40 horas semanais, faço pós-graduação, estou recém-casada, preciso cuidar minimante da minha casa, arrumo tempo para estar com a pele bem cuidada, as unhas e cabelos feitos, e ainda fazer uma atividade física que vai me garantir mais saúde e a manutenção de um corpo magro e desenhado. Tenho uma linda filha menina e morro de culpa de não conseguir ficar mais com ela”.

Se você é mulher deve ter se identificado com o relato acima. Se é homem já ouviu sua melhor amiga, mãe ou esposa relatando discurso similar, não é mesmo? O presente artigo tem como objetivo apresentar como a mulher transformou-se e ingressou no mercado de trabalho e algumas de suas consequências. 
Durante toda a década de 1950 e no início da década de 1960, a sociedade havia reforçado a idéia de que as mulheres deveriam casar cedo e ter filhos rapidamente. Seus principais papéis sociais eram, portanto, de esposa, mãe e dona de casa, ou seja, os papéis femininos estavam todos atrelados ao casamento. O casamento era, assim, o trabalho possível para a mulher. 
As raras mulheres que trabalhavam fora da esfera do lar normalmente faziam parte de classes menos abastadas. Mesmo assim os empregos disponíveis a elas eram normalmente os serviços domésticos, a enfermagem e a educação de crianças.
Assim, não havia espaço para o próprio lazer da mulher, de sua satisfação pessoal, mas apenas para tudo aquilo que estava voltado para atender às necessidades do lar e de seus filhos e dos maridos.
Com a eclosão dos movimentos feministas, as mulheres passaram a lutar por uma igualdade maior entre os sexos e a questionar a limitação de seus papéis de esposa, dona de casa, educadora e mãe. Desejavam exercer outras funções que não fossem as desenvolvidas dentro da esfera privada, em suas casas, e se dirigiram para o mercado de trabalho. Nesse período houve, também, um aumento considerável da porcentagem de mulheres ingressando nas universidades, o que demonstra que as mulheres começavam a se preparar melhor para a entrada no mercado de trabalho e em áreas que, até então, eram exclusivas dos homens.
Apesar de as mulheres terem conseguido aos poucos ingressar no mercado de trabalho, na maior parte das vezes, seus salários eram muito inferiores aos salários dos homens.
            Desde então assistimos cada vez mais as mulheres ingressando nas universidades, no mercado de trabalho e conseguindo posições de destaque em grandes corporações. Não há mais dúvidas que as mulheres conquistaram seu lugar fora do lar. Na América do Sul, já temos dois países que têm como presidentes mulheres.
            A questão é que a entrada da mulher no mercado de trabalho não garantiu o abandono de suas velhas responsabilidades domésticas. Sendo assim, as mulheres acabaram acumulando seus velhos e novos papéis, configurando o que é conhecido como dupla jornada de trabalho feminina. Saem de casa cedo, trabalham e quando retornam possuem as mesmas e velhas atribuições das nossas avós. Alguém aí ainda tem coragem de dizer que mulher é o sexo frágil? Se você é mulher queremos ouvi-la para compreender como consegue dar conta de tantas coisas. E se é homem o que tem feito para ajudar sua esposa a conciliar tantas jornadas e tantos papéis?


              Por Erika Falcão

Todas as mulheres são mães

Todas as mulheres são mães. Eu creio nisso, independente de terem filhos do homem ou não. Mãe é aquela que traz ao mundo, que cria, que cuida, que faz crescer. E filho é todo aquele ou tudo aquilo que precisa da vontade, da dedicação e do cuidado de uma mãe. Eu chamo de filho aquilo que você gera, que você faz nascer para o mundo, que você faz conhecer, que depende de uma mãe para nascer e/ou para se desenvolver. E nesse meu conceito extensivo, um filho pode ser, claro, um ser humano, ou mesmo uma empresa, um projeto, uma idéia, um hobby, uma causa, um animal, e tantas outras coisas que dependem da força geradora e mantenedora de uma mãe.

Filho é criação. É uma parte sua que nasce para o mundo. É o começo. É o seu legado para a posteridade. É você em outras formas, com novos espaços, com novas adaptações. Você sempre está nele, e ele sempre está em você. É você retratada no outro, como em um espelho.

É seu quando está dentro, mas quando saí de você, se mistura a muitos. Continua a ser seu, só que cresceu tanto, que parece ser de todos. Você só sabe que é seu, porque mãe sempre sabe quem é seu filho. No entanto, crescido, fora, outros colaboram para o seu desenvolvimento, outros lhe dão suporte. Não é mais só seu. Ganhou o mundo, mas foi através de você que chegou até ele. 

A mãe que solta, a mãe que prende. Você pode ser do tipo mãe apegada, daquela que gera, põe no mundo, mas não o quer grande. Não suporta correr o risco de vê-lo ganhando contornos por outros que não sejam a mãe. "- É meu, fui eu que fiz. Eu o entendo, eu o amo, e ninguém nem nada jamais poderá alcançar esse sentimento, esse entendimento. O mundo é dor, e eu poupo minha criação dele."

Tem também a mãe que não gerou, mas o ama como se assim tivesse sido. Quando nasceu, o reconheceu como seu e, dali em diante, nunca mais deixou de ser. Não o trouxe ao mundo, mas foi graças a ela que o mundo o conheceu. Foi sob os cuidados dela que ele ganhou corpo. 

Há tantas mães, tantos tipos delas, tantos filhos que são delas, tantos que elas adotaram como sendo delas. Há mães de um tipo, mães que às vezes são de todos os tipos. Mães fiéis a um filho e mães de vários deles. Ser mãe, ser mulher, é ter a grandeza de estender seu coração a tantas coisas e pessoas com imensa sensibilidade e força. É ter a capacidade genuína de gerar e cuidar de tantas e de todas elas.

Saudações nossas às grandes mulheres, mães de todos esses filhos, neste dia que os homens se curvaram merecidamente a reconhecer. Parabéns no dia de hoje a todas as mães de filhos do homem, a todas as mães de filhos do ventre gerador e mantenedor de idéias, causas e afins. Que não lhes falte a força e o amor para continuarem gerando e impulsionando à frente nossa sociedade. 

Deu Trabalho!


Nosso blog não poderia deixar de falar sobre o Dia do Trabalho, afinal de contas, trabalhamos em uma consultoria de recrutamento e seleção: todas as nossas funções giram em torno de questões relativas ao mundo do trabalho. Ademais, grande parte do nosso trabalho é ouvir as histórias de profissionais que contam-nos seus desejos, suas frustrações, suas alegrias, suas decepções e suas conquistas profissionais.
Cercados de tantas histórias, queríamos compartilhar com você, dando voz aqueles que trabalham aqui na Tríade. Para tal, elaboramos algumas perguntas sobre trabalho que foram respondidas. E é por meio dessas respostas que esse artigo se constrói, buscando pontos de congruência e de divergência nos discursos acerca do significado de trabalho para a equipe da Tríade.
Primeiramente, a pergunta clássica foi respondida: o que você queria ser quando crescesse? Foi através dessas respostas que percebemos que estamos todos alinhados com uma das principais atitudes da empresa em que trabalhamos: pessoas em primeira lugar. Dentre as profissões mencionadas, quase todas eram relacionadas a ajudar o próximo e, como exemplos, podemos citar médico, professor, psicólogo. Como disse muito bem uma pessoa da equipe: “achava que iria fazer grandes reuniões que poderiam culminar em coisas boas”. As grandes reuniões também eram mescladas com a diversão, com o lúdico. E quem não quis trabalhar em algo totalmente fora do usual, tal como a “menina que andava de patins no supermercado, afinal era muito divertido?
Naquela época, o trabalho não estava relacionado diretamente ao dinheiro. Fato que, claro, foi se modificando ao longo do tempo. O amadurecimento acabou trazendo para nós a clara consciência de que o trabalho e dinheiro estavam atrelados. Nesta caminhada, íamos percebendo que outros dos nossos sonhos só se realizariam através do retorno financeiro: casar, ter filhos, estudar, etc. Todos aqui, além do desejo realizado de ajudar pessoas, possuem sonhos concretos. Queremos sim ser felizes e cumprir nossos propósitos, mas trabalhamos também para termos uma remuneração que nos permita adquirir determinadas coisas que só o dinheiro pode proporcionar.
Outra questão que foi investigada era "o que nosso trabalho aqui na Tríade nos impedia de realizar?" A maior parte das respostas foi: “nada”. Mas eu confesso: adoraria em uma quarta-feira ensolarada ir à praia caminhar. E é exatamente isso que farei nesse feriado.
Bem, ao escrever esse artigo a curiosidade bateu em como foi criado o feriado do dia do trabalho. Compartilho agora com você: Surgiu em 1886, quando um grupo de trabalhadores realizou uma manifestação nas ruas de Chicago em 1° de maio. Essa manifestação, tinha como finalidade reivindicar as 8 horas de trabalho diária e com isso, instaurou-se uma greve geral nos EUA, levando a morte de seus 8 líderes.
Aqui no Brasil, a data é comemorada desde 1895. Entretanto, somente virou feriado em 1925 por um decreto do Presidente Artur Bernardes. Hoje, aponta-se que o caráter massificador do dia, expressa-se especialmente pelo costume que os governos têm de anunciar o aumento anual do salário mínimo. Desde então, parece-nos que a felicidade de cumprir um trabalho, ficou marcada por conquistar direitos, mais dinheiro e, claro, cumprir deveres.

Esperamos que você, como nós, tenha crescido, todavia não tenha se afastado da criança que associava trabalho à felicidade, à leveza, ao cumprimento de um propósito maior. Que no dia de hoje, você reserve um tempo para refletir o quanto daqueles sonhos infantis relativos ao trabalho, ganharam corpo e se firmaram no adulto que você gostaria de ser.

Terminamos por aqui, desejando a você que a maturidade que nos trouxe a necessidade do dinheiro e a conquista de direitos, não lhe roube a pureza e a leveza dos propósitos infantis.

Tenha um feliz Dia do Trabalho!


A vida ensina?



"Só sei que nada sei." Vou começar por aqui, embalada por Sócrates, reconhecendo minha busca eterna pelo conhecimento e meus repetidos fracassos perante a tentativa de "de-terminar" o que ele seja, ou melhor, pôr fim a essa busca.

É natural ao homem gostar de ter a verdade ao seu lado. Isso lhe confere o dom da certeza e, consequentemente, o do controle, o do poder. Vivemos a eterna batalha - conosco mesmo e com tudo ao nosso redor - por essa solidez que, ilusoriamente, nos faz crer que através dela podemos ser onipotentes. Entretanto, desde os primórdios, não temos controle sobre tudo e é exatamente essa habitual convivência com a incerteza que nos fez buscar respostas, evoluir, crescer.

Se de fato é positivo para o homem esse eterno desconhecer, por que ainda tememos admitir que não sabemos tudo? Por que ainda nos importamos com essa pseudo onipotência, quando sabemos que ninguém a detém? Por que ainda nos iludimos com a idéia de que temos que aparentar ser melhores do que realmente somos?

Quando nos confrontamos com a constatação da nossa fragilidade, é quando se descortina o nosso eu verdadeiro. Estamos ali, nus, diante da nossa completa ignorância, da nossa completa falta de controle, absortos pelo meio, pelo todo que nos engole, que nos silencia.

É aí que chega o momento mágico: o reconhecimento de que mesmo com toda a nossa bagagem, com nossa formação excepcional, com todas as nossas conquistas admiráveis, ainda nada sabemos. Oxalá, talvez "tudo" que acumulamos no decorrer da nossa vida nos sirva muito pouco ou quase nada.

E se você chegar a esse momento, a essa constatação, humildemente, reconheça-se como um ser humano como todos os outros deste planeta, e aproveite esse grande momento para aprender coisas novas, inovar, mudar seus paradigmas, percorrer novos caminhos, buscar novas fontes de saber.

"A vida ensina", repetia uma pessoa querida, que certamente tinha bastante propriedade para falar do assunto ao longo dos seus 87 anos. Ensina sim, mas há que se estar disposto a aprender.

Eu termino complementando o ensinamento que me foi passado - seguindo o progresso natural das gerações -, dizendo que a vida ensina sim, e somente aqueles que tem a humildade em reconhecer que sempre há o que aprender, são os que avançam, progridem, exercem a natureza mutável a que se destinam todos nós homens.

          Por Luciana Matos




É perfeito ser perfeito?



Segundo o dicionário, perfeccionista é aquele com tendência exagerada para atingir a perfeição na realização de algo. Perguntas clichês do tipo: o que você precisa melhorar ? Ou qual a sua maior qualidade? Ainda são usadas até hoje em alguns processos seletivos e encontramos sempre o perfeccionismo sendo citado tanto como uma característica de qualidade e de ponto onde se precisa melhorar. Eis a questão: ser perfeccionista é bom ou ruim?
Podemos encontrar dois tipos de perfeccionismo: o chamado " neurótico", no qual a pessoa sente constante insatisfação sobre o seu desempenho e dúvidas sobre a qualidade do seu trabalho, levando o indivíduo a escrupulosidade, verificações de pormenores, obstinação, prudências e rigidez excessivas. Existem casos onde o indivíduo traz também uma bagagem relacionada a insegurança e auto estima. Tudo precisa sair de forma primorosa e o medo de não estar nesse padrão o bloqueia de realizar certas tarefas. É comum que esses profissionais desenvolvam problemas de relacionamento, principalmente no ambiente de trabalho por constantemente criticar os demais e por ninguém ser tão capaz quanto ele. Muitas vezes, acabam acumulando funções para que tudo saia do seu jeito, e a procrastinação, desculpas e explicações lógicas são criadas para adiar algo que já está para começar. Julgo que esse tipo de profissional seja aquele onde o perfeccionismo é a característica que precisa ser melhorada, pois afeta a pontualidade e a eficiência.
Já aqueles onde a perfeição está ligada a organização e ao esforço para que algo seja bem feito, a percepção muda. Muitos confundem perfeccionismo com alto padrão de organização e qualidade. Organização implica em limpeza, ordem, coerência e isso, traz um grande benefício não só para o próprio, mas para todos no ambiente. Existem lugares certos para as coisas mais importantes, organizar o que contenha assuntos afins em locais mais próximos e antes de iniciar uma tarefa separar todo material necessário faz com que se ganhe tempo e consequentemente a tarefa é melhor realizada. Esse sim é o tipo de perfeccionismo digamos saudável.
Em entrevista aqui na Tríade, um profissional me relatou que depois de passar por 3 empresas diferentes foi que se deu conta, através de uma sessão de coach, de que o perfeccionismo atrapalhava a sua carreira e não era bem visto tanto pelo seu gestor e nem pela sua equipe e após algumas adaptações, hoje consegue conduzir o seu trabalho com qualidade, mas sem a pressão interna de ter que sair extremamente perfeito.
Acredito que o mais difícil seja identificar e reconhecer que o perfeccionismo nem sempre é favorável, buscando algum tipo de ajuda.

          Por Roberta Patacho

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